sexta-feira, 4 de julho de 2014

Argentina e Chile

No domingo passado, precisei sair do meu conforto para realizar um trabalho. Como fotografia é algo que me alimenta, da feita que consigo levantar da rede e tomar meu banho pra sair, acaba não sendo um sacrifício de forma alguma. Porém, como a preguiça ainda reinava um pouco sobre o meu corpo e eu estava com equipamentos, decidi pegar um ônibus pra não andar por uma rua deserta. Eis que encontro a cena desta foto.
Já havia encontrado Xixa em outro sinal, mas não estava com câmera no dia. Ainda bem que o Universo me deu outra chance, bem melhor que a primeira na verdade.
Xixa é chileno, Barbara é argentina. Adorei essa imagem exatamente por ambos serem de países cujos os times são fortes rivais no futebol, mas mesmo assim eles vestiram a nossa camisa. 
Depois de pegar os contatos deles, conversei com Barbara e descobri a sua história fantástica. Nasceu em Rosario, na Argentina, e estava morando há 4 anos em Buenos Aires, sempre envolvida em vários projetos. Dava aulas de acrobacia aérea e trapézio, estudava Cinema, trabalhava com teatro e tinha um empreendimento de desenho gráfico com uma amiga. Segundo Barbara, eram todas coisas lindas das quais gostava muito, mas ela sentia que precisava sair dali e fazer uma busca em si mesma por algo que nem sabia ainda.
Foi quando uns amigos argentinos que estavam fazendo uma viagem desde o Uruguai até o Brasil, convidaram Barbara para fazer parte de um projeto onde viajavam vivendo de música. Dia 12 de janeiro, ela pegou um avião para Salvador e dia 13 encontrou com os hermanos, que a esperavam no aeroporto. Ficaram um tempo mais em Salvador, depois viajaram à Chapada Diamantina, onde Barbara mudaria novamente seu destino.
Conheceu muitas pessoas lindas, entre elas um chico de São Paulo, de nome Tiago. Ele também fazia música e a convidou para conhecer o Pará. Barbara teve menos de um dia para decidir se vinha ou não. Veio na cara e coragem de carona com um casal de italianos, em um carro diferente de Tiago, sem saber se ia encontrá-lo quando chegasse a Belém. Por sorte, deu tudo certo.
Barbara já conheceu nesses meses o Pará bem mais do que eu mesmo conheço (vergonha), e diz que encontrou aqui o que procurava, por isso decidiu ficar por mais tempo do que o planejado. Encontrou amigos de portas abertas, com quem mora atualmente, e um sítio em Benfica, lugar rodeado de paz e natureza, onde pode meditar e fazer essa busca mais profunda que tanto desejava quando morava na Argentina.
Depois dessa foto, até fui andando pro meu destino de tão satisfeito que fiquei.